Cerca de 5 milhões de brasileiros sofrem com a doença de Chagas; É também uma das principais causas de transplantes cardíacos no país.
A doença de Chagas é uma condição médica muito frequente. Aproximadamente 5 milhões de brasileiros sofrem cronicamente com a doença, que é transmitida pelo parasita Trypanosoma cruzi.
Esse parasita tem como hospedeiro o barbeiro. Ele pica a vítima para se alimentar de sangue e, no ato, defeca, evacuando o parasita. Assim ele passa pela corrente sanguínea e se abriga nas células cardíacas.
Após esse processo, a doença começa a provocar lesões em órgãos, principalmente no coração, durante vários e vários anos, sem sinais. Ao longo desses anos, o paciente desenvolveu quadros de insuficiência cardíaca. O cardiologista Sandrigo Magini, do Programa Einsten de Transplantes, revela que a doença de Chagas “é a terceira causa de transplante cardíaco no Brasil” e que “o tratamento clínico para Chagas não é tão bem-sucedido em comparação com outras doenças coronarianas”.
O tratamento
A doença de Chagas tem cura durante apenas a sua fase aguda, ou seja, quando o protozoário ainda circula no sangue do paciente. Assim sendo, pode ser tratado com medicamentos que o matam e impedem sua reprodução, e fazendo a doença regredir.
Já na fase crônica, quando o protozoário já está abrigado nas células, o mesmo medicamento pode ser usado, mas com chances muito pequenas de resultado. Por isso, a pessoa deve começar um acompanhamento médico constante, para impedir a evolução e novos sintomas.
A droga disponível atualmente, benzonidazol, pode ‘segurar’ a doença em sua fase inicial. Porém, alguns protozoários têm se mostrado resistentes a ela. E é assim que muitas pessoas acabam na fila de espera por um transplante de coração. Médicos acreditam que, se o paciente tem entre 25 e 40 anos e não apresenta outras doenças, o transplante é uma boa opção. Contudo, a espera do transplante pode ser demorada e cerca de 30% dos pacientes acabam morrendo.
Devido ao baixo sucesso desses tratamentos, uma pesquisa vem sendo conduzida no Rio de Janeiro no Instituto Oswaldo Cruz. Os cientistas testaram uma molécula que pode bloquear o processo de fibrose do tecido cardíaco, cujo qual ocorre na fase crônica da doença.
Essa molécula inibe o receptor TGF-beta, proteína do sistema imune que traz alterações no coração. Os resultados da pesquisa têm sido animadores. É possível observar uma reversão no processo de cicatrização e uma melhora da função cardíaca, além da regeneração do tecido muscular do coração.
Quais são os sintomas?
Um paciente com doença de Chagas pode apresentar poucos ou nenhum sintoma. Por isso, se você apresentar alguns desses sintomas, não ignore ou siga sem tratamento, pois podem evoluir e afetar o coração e o sistema gastrointestinal.
Basicamente, os sintomas incluem:
- Febre;
- Mal-estar;
- Inchaço localizado no local da picada e nos olhos;
- Dor no corpo e de cabeça;
- Náusea, vômitos e diarreia;
- Inflamação e dor nos gânglios;
- Nódulos espalhados pelo corpo;
- Desenvolvimento de problemas digestivos, meningite e problemas no coração.
“A doença de Chagas ainda pode afetar uma população de mais de 65 milhões. Sobretudo países da América Latina estão em risco. Já vencemos muitos desafios, já melhoramos as condições, mas a doença ainda persiste em função das desigualdades sociais. O Ministério da Saúde se compromete a continuar trabalhando para erradicar as várias formas dessa doença que será possível pelo esforço do sistema de saúde e pelo desenvolvimento socioeconômico dos nossos países”, explica o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
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